Cidades Florestais

UM DIA, as cidades parecem florestas!

 

Depois da digitalização vem a revegetação. Porque não? Cidades, centros comerciais, sedes de empresas, estão todas a integrar a Natureza nos seus designs e renovações. É uma maneira de chegar às aspirações dos consumidores e utilizadores e uma forma de preparação para um futuro onde as temperaturas serão mais altas.

 

Vai estar calor na cidade.

Está sempre mais calor nas cidades e este fenómeno é bastante conhecido na comunidade científica. Este efeito é conhecido como “efeito de calor urbano” e é justificado pelas características urbanas (superfícies de cimento, a posição dos edifícios, etc.). Outro fator a ter em conta é a atividade do seu interior (concentração de população, transportes e indústria). Resultado: se houver uma vaga de calor, as temperaturas das grandes cidades aumentam até 8 graus em comparação com as áreas adjacentes. A revegetação pode aliviar consideravelmente esta situação.

 

Temos tudo a ganhar com a plantação.

Conforto na temperatura, acústica, bem-estar… não é surpreendente que as cidades estão, cada vez mais, a integrar no planeamento urbano uma parte significativa de vegetação. Em 2006, Nova Iorque foi pioneira quando lançou um vasto plano participativo para plantar um milhão de árvores até 2014. Milão construiu duas torres gigantescas que são a morada de 20.000 árvores, o equivalente a 2 hectares de floresta.

Seja devido à atração cada vez maior ou ao emprego que gera, tem vindo a ser calculado que cada euro investido na plantação de árvores traz 5 euros de volta à comunidade. Não é surpreendente que este tipo de iniciativas estão a chegar ao sector privado.

 

Sedes de empresas mais verdes.

O Apple Park da Apple (a sede mais cara da história: custou 4 mil milhões de dólares) é o exemplo perfeito: 260.000 m2 de escritórios, 3kms de ciclovias, 9.000 árvores plantadas e 100% de energia renovável funcional. Mas existem outros exemplos:

- O campus da Quicksilver Europa (no Sudoeste francês) e o seu surpreendente escritório no meio da floresta;

- The Edge, a sede da Deloitte, em Amesterdão, que em 2015 foi eleito o edifício mais sustentável do mundo: combina painéis solares, energia geotérmica e até sensores combinados que permitem aos colaboradores ajustar a luz e a temperatura das suas estações de trabalho, através uma App.

 

E os retalhistas?

A revegetação também está no coração de projetos futuros. O mais emblemático? É sem dúvida, o WOODEN ORCHIDS do arquiteto Vincet Callebaut, um centro comercial de 20.000m2. O espaço será a casa de 200 lojas, cuja especialização será a venda de comida orgânica, uma feira orgânica e jardins cheios de flores de chá. Tudo isto num edifício eco-responsável alimentado por energia solar e geotérmica. Esta nova experiência comercial e cultural irá poupar até 70% em energia. O projeto está planeado para a China e pode começar a emergir nos próximos anos. É um a ter em conta…

Ideia Central

+ 1,5°C. É o que podemos esperar entre 2030 e 2050, de acordo com o último relatório do Painel Intergovernamental da Mudança Climática. Face a tal distúrbio ambiental, a resposta não está nos jardins verticais e plantas nos telhados. Mas se todos contribuirmos um pouco…